quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O dia dela



Dorme bem. Noite estrelada. Sem calor nem frio. Tudo se encaminhando. É asim que tem que ser, e ela sabe bem.
Antes ela dançou, cantou, sorriu e chorou.
Beijou por amor, abraçou por carência, cobiçou por atração, quis por vaidade, deixou por ruidade.
Ela tem garra, sabe o quer. Às vezes se desvia do caminho, mas por Deus, ela não é tão perfeita assim, tem sangue quente nas veias.
De manhã ela era pura, a tarde faceira, a noite nem sempre o que ela dizia era o que queria dizer o coração ferido após árduas batalhas. Mas ela não desmoronava, botava os pés no salto e arrasava corações. Estraçalhava todos eles, não tinha piedade de ninguém. Era sedutora, magnetizava com o olhar, todos a desejavam, e ela gostava disso. Não facilitava pra ninguém.
A vida é dura. Mas ela só queria melhorar.
Queria sentir arrepio na espinha, voar bem alto, ver as estrelas.
Mas só o que ela via pela frente era desilusão. Por que o mundo era tão injusto com ela?
Por que deixaram-na pintar todo um céu de vermelho se não enxergavam a cor?
Por que deixaram-na dizer 'eu te amo' se não podiam sentir?
Por que estimulavam seu riso se a fariam chorar?
Por que acariciavam sua pele se depois iriam trepudiar?
As pessoas são estranhas, e aos poucos ela percebeu que além de tudo elas não eram sinceras.
Mas uma vez ela não desistiu.
Tomou calmamente seu suco e foi se deitar.
Quem sabe, se houver alguma justiça nisso tudo, ela não acorde em outro planeta.
Pois nessa terra as criaturas machistas e primitivas não conseguem compreender e cuidar das sensíveis almas femininas.

Promessas de ano novo.



Estômago me perdoe por todas as borboletas indigestas. 
Prometo que a partir de hoje todas as borboletas não sairão do jardim.
Não retribuirei a hipocrisia de um lindo sorriso.

Travesseiro me perdoe por todas as lágrimas vertidas. 
Juro não me deitar pensando nas mais falsas juras de amor recebidas.
Não farei de minhas noites de sono um pesadelo por relembrar os amores desfeitos.

Coração me perdoe por todos os danos.
Comprometo-me a não sofrer taquicardia toda vez que meu olhar cruzar com meu falso motivo de viver.
Não estarei mais a espera do amor perfeito, afinal a perfeição está apenas na cabeça de quem a espera.

Vida, eu suplico, me perdoe por todos os momentos não vividos.
Juro pela minha própria alma viver cada dia com o entusiasmo de estar no céu.
Minha vida é muito valiosa para ser disperdiçada por um simples beijo bom!